domingo, 28 de dezembro de 2008

Rum, ora essa!

-Ora, pois veja você! Olhe só essa sua vagina! É tal qual mariscos bélicos, é tal qual suprimento gélido, é tal qual beringela hidratante, é tal qual ardor de desodorante...

-Cale essa boca, lânguida avestruz! Não me obrigue a tomar atitudes sérias e preventivas contra o câncer de mama.

-Boquete.

-Como disse?

-Boquete! Boquete! É isso mesmo o que você está ouvindo!

-Ora, mas não entendo! Não consigo compreender!

-Sexo oral!

-Oh, como ousas! Vem comigo! Abre minha geladeira, e te convidarei para um brinde.

-Do que estás falando, Carlota?

-Ora, meu querido, não me venha com essa! Ouviu bem? Não me venha com essa, e mais essa, e mais essa! E nem com aquela, aquela outra, aquela outra da outra da outra da outridade de alguém!

-Sua proposta me parece interessante. Entre em detalhes.

-Ontem, eu tava em casa, né, aí a campainha tocou. Aí eu fui atender né, pensei: Nossa, mas como assim, uma visita, a essa hora da madrugada, em plena Rodovia dos Maracujás. Pois menino, quando abri a porta, tive que segurar meus queixos. Todas minhas juntas, todas minhas articulações puseram-se a tremer. A pessoa que tocara a campainha era nada menos que uma velha que usava top de cotton!

-Mas que absurdo! Que violento, grotesco e infiel absurdo! minha nossa...

-E calma aí, calma aí, meu filho, que eu estou só começando! Adivinha o que tinha atrás da velha?

-Um velho?

-Não! Algo extraordinário! Era um carregamento de maracujás!

-Que extraordinário!

-Minha geladeira está cheia deles. Vamos tomar um suco?

-Opa, demorou.

-Então vamos!

-Mas peraí!

-O que foi?

-E o Rum?

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