segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bruxas.

Bruxas. Era o que poderiam ser chamadas aquelas duas mulheres, que ao meu ver eram ogras. Sentavam no mesmo lugar todos os dias, somente pra observar o andamento das coisas ao redor. Fingiam trabalhar desde que passaram em um concurso mensal, daqueles anunciados em sites de fofoca. Era um local de renome até, mas que abrigava concursados que faziam de tudo, menos trabalhar.

O setor era a biblioteca. Até hoje não sabia do que se tratava os deveres de cada uma delas. Já havia percebido que aquela de cabelos escorridos dirigia seu olhar caído e desgostoso para alguns documentos espalhados pela mesa. Desde então cultivo a idéia de que cursou letras em alguma faculdade local para então corrigir a gramática de papéis provenientes dos diversos setores de onde trabalha.

Sua missão era o português correto. Boa missão, melhor que muitas, diria eu. Se não fosse a fofoca. O português era tão correto que gostava de perpetuá-lo na vida de uns e outros que a transpassavam. Sua língua era quente, não gostava de parar. Creio que a única que chamava de parceira era a outra velhaca magricela de cabelos curtos e óculos de aro grosso. Nojenta, acompanhava os cabelos escorridos de sua dita “amiga”. Acho que havia ganhado o mesmo posto de corretora de língua portuguesa – malditas!

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