domingo, 9 de novembro de 2008

Mãe

Os teus cílios se fecharam e nunca mais pude ver o brilho que saía dos teus olhos. Carinhoso, olhar de mãe. Por onde irias, por onde andariam teus olhos?

Não mais segurarias minhas mãos. Estas mesmas que suavam frio ao ver teus lábios secos e brancos, sem vida. Toda uma fantástica vida e significância dentro de uma caixa de madeira, igualmente morta.

Não tive tempo de comprar rosas, mas achei essa margarida, solitária em meio à uma cidade conturbada. Ela não estava murcha e seu amarelo era vivo e alegre. Achei importante ficares com algo assim.

Quero tuas mãos, mãe. Preciso de teus abraços fortes. Não sou eu quem vai cozinhar aquele bolo perfumado e delicioso de tardes de domingo. Não queria derramar essas lágrimas malditas, mas porque essa doença te tirou de mim? Já não sou solitária o bastante?

Não vou suportar tua ausência. Tanto que falei alto em horas ruins, tanto quis chamar a tua atenção, mostrar que precisava de ti. Eu te amo, e amo, mãe.

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