sábado, 31 de maio de 2008

Maria dos Pubianjos

Sem mais nem menos, toca o sino que deveria ter escorrido do tempo a muitos milhões de anos atrás. Eras atrás. Eras frente. Eras costa. O tempo escorria pelas pernas de Maria Pubiangel. Era tempo demais. Muito, muito tempo. Eternidade. Era. Nunca vi tanto tempo escorrendo pelas pernas de uma mulher. Uma verdadeira cachoeira. Até posso avistar o Pica-Pau descendo, dentro de um barril. Muda o canal pro sete. Agora vejo mais que tempo em suas pernas, querida. Vajo Temperatura Máxima. Uma sessão tarde demais, quente demais. Um rio de sessões de gala mudando para o canal 10. Eles mostram o tempo voltando o caminho, percorrendo os caminhos do coração. Quando entrardes em meu coração, verás uma pequena televisãozinha, que só está lá para mostrar que a minha forma de amar é totalmente mediada pelos veículos de comunicação, gata. E digo mais: estou me preparando para a entrada da TV digital. Vai ser uma entrada super gostosa. Entra e sai, entra e sai, calma, não pensa besteira, eu tô falando do fluxo comunicacional emissor versus receptor. Eu tô falando de sexo. Vivemos numa suruba gigantesca, onde todos nos comemos, e nos alimentamos dos próprios restos antropomortais.

Desliga a TV. Lê um livro. Vai se masturbar. Vai nutrir um amor qualquer por alguém. Vai quebrar a cara. Vai correr no bosque, vai sentir o vento no rosto, a terra molhada nos pés, va sentir uma indiazinha pelada roçando no teu cabo transmissor. Manaus , aí vou eu.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Gato e Rato

Do além, eis que surge (que clichê, né?) a incrível, robusta, sagrada e profana, senhorita Spike. Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando, Spike, o velho cachorro brutamontes, de Tom and Jerry, resolveu sair do armário e mostrar para toda a cachorrada da cidade seu lado Travesti. Prosseguindo com esta fantástica estória, nossa heroína glb3t cruzava a esquina quando avistou um pastor alemão, que estava a pregar sermões protestantes em sua igreja, que ficava perto da parada de ônibus. Enquanto latia as palavras de devoção, os fiéis erguiam as patas para cima. A poluição sonora era justificada: estavam trazendo uma mensagem de salvação para os demais cãezinhos, que aguardavam pacientemente por suas carrocinhas na parada, sendo obrigados a ouvir o sermão que jorrava no ambiente pelos amplificadores sonoros. Uma bela poodle pincelava umas notas no teclado, para desenhar um ambiente sonoro agradável. Que bela piada! HAHAHAHAHAHA


-Bravo, bravíssimo! (aplausos) Conte-me outra anedota, Mr. Spizzle!


Com todo o prazer, Rex! Rex combina com Rexona, hein? Hehehe... Não te abandonarei, meu velho e querido fêmur... Prosseguindo, quando Spike Travesti resolveu...


-Haaahahahaha!


O que foi, Rex?

-Ahhh, desculpa, Mr. Spizzle, (soluça) é que é tão engraçado... (começa a babar)

Ora essas! Pois como eu ia dizendo, Spike, com muita elegância e fineza, adentrou a igreja, onde foi apedrejada por todos os membros.

:O

Deram-lhe um banho de baba de gato ungida; exorcisaram-na; puseram-na numa banheira de batismo canino e proclamaram que ali estaria nascendo uma nova Spike. Fizeram-lhe uma tosa cerebral. Tomaram-lhe não apenas o seu rg, mas sua identidade cultural, sexual, antropológica, anal, vaginal e Mystical. Seu trajeto antropológico pelos desenhos do SBT se extinguiram; a partir de então ela trabalharia apenas e tão somente em desenhos bíblicos. Ninguém numa mais a conheceria como Spike, Tom and Jerry nunca mais seriam os mesmos. Mudaria seu nome para Spike Angel Maravilha.

-M-mas mr. Spizzle, (engasga) isso n-não é engraçado... ISSO É MUITO TRISTÊÊÊÊ (assoa o nariz)

É que a graça é só pra mim, pequeno Rex. Ho, hohoho. Ho, hoho, hohoho, ho. Ho, hohohohoho, hoho. HOHOHOHOHOHOHOHOHOHOHOHO, cof cof.
Isso, caro Rex, se chama HUMOR NEGRO

quinta-feira, 29 de maio de 2008

dormi

Não aguento mais biscoitos de chocolate. Mas não consigo parar de comê-los. Calda de maçã verde, alicate ósseo enferrujado de minh'alma. A vila do conde é cheia delas. cheia. Mas de uma coisa, pode ficar certo: jamais te trairei. Jamais perdoarei se me traíres por uma tijela de farinha de tapioca qualquer. nem se forçar-me a comer desses teus malditos caroços de açaí. Nojo! Tenho nojo dessa ferida vermelha que emerge da tua bunda! Dela saem correntes infinitas de filé ao molho madeira, crosta de batata cozida italiana, vinho tinto da melhor qualidade, arroz com feijão e fritas, açaí, calda de caramelo, guaraná, especiarias em geral da praça brasil, esperma pipocas, milho, desaforo, enfim, tudo o que pode ser adquirido via oral, semioticamente convertido em fezes.
Sei que tudo isso que estou falando pode aparentar não ter muito motivo existencial, ou simplesmente razão de ser, mas no fundo, o que você tem que entender é... ei, acorda! Não dorme enquanto eu falo! Como eu ia dizendo, ai, para de fazer cóceghduiasduiasduiahduiasdaiuhdiuas

-Ok, quase perdi a compostura.

A, lalalá, tô com sono, plif plaf, stop brunch brunch, jamiroquai, marjorie, baladinha do câncer de mamilo, hehe... Já ouviram falar da piada do cara que tropeçou numa pedra e encontrou um bilhete? Eu conheço, mas NÃO VOU CONTARzzzz

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Profecia

Às vezes eu penso que o melhor a se fazer é não ficar ligando pra esse negócio de métrica, sabe? Égua! Eu até pensei em trabalhar com métrica poética hoje, pra dar uma chacoalhada nas cadeiras, sabe como é, um mexe-remexe-mexe, um bate-revira-e-veste, um tchaca-tchaca na butchaca ou coisa assim. Mas vi que não, vou continuar de ladinho que é mais gostoso. Mas enfim, vamos direto ao assunto: greve. Greve de policiais, greve de cadeiras, greve de automóveis, greve de sexo, greve de fome, greve de foliculite, leishmânias e, enfim, toda forma de poder é uma forma de morrer por nada. Yeaheah.
Tenho um amigo chamado Rodrigo, que anda muito requisitado em sua ciber-socialidade, devido a uma tal greve de ônibus em Belém. Esse meu amigo trava todos os dias uma difícil luta de matador de leões atrás de notícias quentes, ferozes, e alienígenas que saem da cabeça de mulheres louras ao banho. Rodrigo não consegue mais respirar na frente de seu computador, por causa dela, da maldita greve. Os motoristas tentam, tentam e tentam, mas nada. Tentam negociar, mas não adianta. Os ônibus se recusam a se locomover... Gostaria que Saramago estivesse aqui para presenciar isso. Essa greve dos ônibus pode ser o início à grande REVOLUÇÃODOS OBJECTOS!!!!!!!! :o:o:o:o:o:o
Vou tentar explicar da seguinte forma: nós, oumis, somos objetos dos nossos objectos. Ou seja, os objetos são homens, e nós, os homens, somos mulheres. Por isso o movimento também é conhecido como revolução tooooda feminina. Ui! Prosseguindo, é através dessa revolução, que está se iniciando com os veículos de transporte coletivo, assim como os veículos de comunicação, que o sexo coletivo vai ser substituído por uma parafernalha de vibradores. E assim, as mulheres, maquiavélicas, peitudas, originais, ortogonais, diagonais, diaconizas, melindrantes, hidrantes, blefantes e castanhais, e coloniais, e majestrais, e orquestrais, e vaginais, e pubianas e tudo mais, vão conseguir se livrar de nós, os oumis, nos tornando puros objectos de prazer e sedução, nos forçando a fazer strip-tease todas as manhãs. Então, todas as fêmeas formarão um imenso exército feminino, rasparão suas cabeças, e o mundo inteiro seria governado pela grande imperatriz Ana Júlia Careca.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Frieza e Marxismo

A Pós-Modernidade lança uma maldição: uma chuva de gelo nos corações das pessoas. E é incrível quando notamos que também estamos assim. É algo triste, melancólico, uma finalidade sem fim. Uma obra de arte ao avesso, o indivíduo pós-moderno. Abandona seus laços, suas raízes, suas vestes. Deleita-se em jornais entre cadeiras reviradas em uma calçada. Não enxerga mais ninguém. Não dá valor à nada, nem à si mesmo. Perambula por um objetivo que nunca chega, por vontades momentâneas nunca saciadas, e a vida passa. Passam os anos, passam as pessoas, morrem as pessoas. Morrem as pessoas. Morrem as pessoas. Morrem. Morrem. E não resta nada a não ser cinzas de inverno. É o aquecimento global. É o frio. É o descaso. Sou eu, descalço, brincando de patinar no gelo, à beira de um precipício. É você, um precipício humano, a me esperar, pra que juntos possamos nos encontrar na eternidade, sem nunca completarmos nem contemplarmos um ao outro. É a mãe natureza, clamando para ser vista, mas seus filhos pisam, pisam, pisam e pisoteiam, eiam, eam eiameiameiameiameiameiameinteiramente. É um mundo com paredes de lajotas que não deixam brechas. Não há escapatória, quer dizer há, mas cala a boca, eu não quero saber! Quero que tudo dê errado no fim! Quero acumular munição durante toda uma vida, pra que no final tudo se volte contra mim em forma de arrependimento! ...
Aprendemos a viver errado. Nos obrigamos a viver errado. A vida é errada, tá tudo, tudo errado! Não devaria ser assim! Deveria aparecer uma doença, uma greve de ônibus, um estado de calamidade, uma emergência qualquer que converta tudo o que é normal em anormal, porque só assim, só assim, pode-se reverter alguma coisa, nem que seja por alguns instantes, e, então, poder perceber po quanto o habitual, o banal, o normal, enfim, a vida, o quanto tudo isso é tão, tão, mas tão errado.

domingo, 25 de maio de 2008

tempotempotempo

Mais um mês, e já foram cinco.
Mais uns dia e se acaba um mês.
Mais um mês e se acabam os seis.
Mais um mês e se acaba o tempo.

Se acaba o tempo, e se acaba o limite.
Não se acabando o limite, pois pra isso não há o limite.
O limite chama-se paciência, ou talvez o destino, quem vai saber.
O destino pode se chamar tristeza, ás vezes.
Lágrimas podem dizer muito mais que simples águas regadas a sal.

Distância pode aumentar como o tempo.
O tempo pode apagar lembranças.
O tempo pode colocar amores em chamas.
O tempo pode transformar pedras de gelo.
O tempo pode amanteigar.
O tempo pode queimar, desfalecer.
O tempo é poderoso.

Ás vezes o odeio, esse tempo.
Muitas vezes queria que simplesmente não pudesse se mover normalmente.
Porque ele teima em ser apressado?
Porque nos faz esperar tão impacientemente, quando quer porque quer passar devagar?

Não falarei de relógios.
O tempo é invisível.
O tempo é surdo.
O tempo é mudo.
O tempo é cego, infelizmente, pois assim não pode ser piedoso.
Poderíamos chamá-lo de justiça.

Ás vezes odeio essa justiça.
É injusta.
Diria banal. Ou não. Não sei o que escrever. Na verdade nem sei se quero. A luz me acompanha, queria escrever algo, mas perdi a vontade.
Depois escrevo algo incomparavelmente sutil, com redondilhas e anarquias.

sábado, 24 de maio de 2008

Depilator

Ontem cheguei nervosinho em casa. Isabela, minha esposa, estava a me esperar de braços e pernas abertas na cama. Sua genitália exalava cheiro de mastruz com leite. Com os pentelhos ouriçados, incitava-me a depilá-la. Fui até o armário, buscar uma máquina de cortar cabelos, mas dei de cara com um homem nu, seu amante, o tal do Haroldo. Ao constatar isso, não tive outra escolha a não ser matá-los. O promíscuo desgraçado teve que se suicidar depois que depilei, forçadamente, suas axilas. Tarefa fácil, nem precisei sujar minhas mãos. Mas agora era a vez dela, de Isabela. Apesar de todo o horror do momento, masturbava-se como se aquele fosse o último dia de sua vida. Com razão. Lembro-me claramente de seus olhos flamejando enquanto gritava: "VEM, ME DEPILA, SOU TUA, ME DEPILA, VEM SENTIR O MEU PÊLO INFLAMADO". Confesso que me senti seduzido. Mas fui forte, me segurei, fechei o meu ziper. Parti pra cima dela, e fui impiedoso: fiz tranças em seus pêlos, que funcionaram como uma espécie de camisa de força. Então a amarrei, chorosa, melindrosa, acometida, pragmática, retumbante, ousada, sentimental, arrependida e sensual, mais sensualmente sensual do que nunca, e, enquanto gritava palavras de baixo nível, eu dourava seus pêlos pubianos com blondô, usando uma lanterna. Nunca pensei ser capaz de tanta crueldade. Mas Isabela era uma chipanzé muito astuta, um exemplo para qualquer primata. Conseguiu me dirrubar no chão, e pôs-se a pular e gritar em cima da cama, socando os seios, e se declarando a rainha da selva urbana em que vivíamos. Não pensou duas vezes: se atirou pela janela.

Deve ter ido encontrar sua paixão platônica, sim, ele, o King Kong, que de vez em quando dá de escalar prédios né.

Depois disso, raspei a cabeça, e me matei. Mas a mídia não me deixa morrer. Atravessando os canais televisivos, jornais e outros veículos de comunicação, minha alma encontra-se com a dela, Isabela, meu eterno caso. E nos amamos assim, de forma não carnal, mas canal, ideológica, midiática, pragmática, protozoária, zoando na tv, e, juntos, atormentamos o Cidadão Brasileiro, da Record, que um dia, também vai se depilar, perturbado com as nossas repentinas e previsíveis aparições.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

3 minutos

Pensei em escrever este texto quando efetuei a operação: (7-4) minutos. Está correto, não? Ao menos, me parece que sim. Tudo parte de um pressuposto muito simples: A vida é uma canção, com dançarinos numerais que caem de e para todas as direções. São contas algébricas infinitas, denominadas pelo sábio senso comum de humanidade. Mas não fica por aí. As letras do alfabeto estão tomando cada vez mais espaço. Algumas delas já se vêem por aí nos teatros, circos e praças. Eles são conhecidos como a geração da poesia. Um novo tipo de humanidade. Uma humanidade mais humana, e menos algébrica. Seres humanos que, mais do que pesquisarem, se alimentam do objeto estudado. Seres menos frios e calculistas, menos elegantes e posudos. Seres animalescos, que comem com as mãos e com os pés e com todo o corpo e com a alma. Seres canibais, que se alimentam da cultura alheia e não sabem o que ética! Não sabem o que é identidade, pois ela habita os pêlos que fogem da pele! Vomitam seus sentimentos uns nos outros, e os bebem logo em seguida! Não fazem amor, fazem sexo selvagem, e têm seus filhos pelo cu! Habitam pedaços de bosta flutuantes, se alimentando de urubus que capturam no ar com os seus próprios dentes! Suas vidas são uma verdadeira guerra de comidas, bebidas, cocô, xixi, xiri, priquita, xoxota xereca rabo vaginal pretchequinha xavascudas e principalmente: a dignidade de cada um. A dignidade de erguer os olhos, enxergar a decadência dos semelhantes e dizer: AUAUAUAUAU

Por isso, e muito mais, eu digo: Basta! Não mereco escrever tais caliúnias. A mim, não me resta mais um minuts

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Evolução

Um certo macaco, a milênios antes de nós, chegou a dizer: Vá tomar banho, criança! Quantas vezes vou ter que repetir? Uma? Trinta e três? Quarenta e cinco mil? Novecentos e trinta e sete vírgula nove meia dois? Ou seria uma questão não de números, mas de vogais, como iaeio, ou uiaoe? Para sua informação, eu já inventei as consoantes: são @%#¨$* e &. Meu querido, não fique zangado, mas em certos momentos, precisamos falar duro com você. Você precisa pentear os pêlos da consciência, e fazer tranças na honestidade. Seu rabo está maior que nunca, daqui a pouco vai tocar a lua! Meu filho, ninguém ensinou você a ir tão longe! Por que és assim? Me diga! Hein? Eu já não sei o que eu faço contigo, seu transgressor da matéria e de todos os elementos da mais pura e dócil realidade que nos cerca através do amor! O amor! E sou capaz de repetir ainda: o amor! Você deveria aprender com nossas parentes, as abelhas. Pois ela sabem lidar com os sentimentos. Nunca se envolvem com os homens, são todas lésbicas. Você deveria ser assim também, meu filho. Você deveria ser lésbica. A opção sexual do futuro reside na universidade mais próxima de você. Depois de dizer isso, nosso amigo Gorila Shun Peddy Siri cometeu um bárbaro suicídio, um suicídio em massa, um etnocídio, um genocídio, um antropocídio, um shunpeddycídio. Seu sangue escorreu pelas vísceras das calçadas da época - quando os vizinhos ainda colocavam cadeiras no meio da rua, para protestar contra a revolução automobilística - e chegaram aos esgotos, até que os ratos se tornaram radioativos, e, evoluíram, até se tornar o melhor amigo de um bicho, que hoje em dia, costuma dizer por aí que é racional.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Discorro sobre água

Reza a sabedoria popular que Jesus andou sobre as águas. Mais que andar, falarei sobre elas.
Daqui a pouco vou encontrar um certo Sr. Coelho, como sempre, bastante atrasado. Provavelmente, nos encontraremos debaixo das águas. Não que esteja chovendo, mas Águas é o nome do mais novo Shopping Center de Belém.
Depois disso, dirão: Traiçoeiro, e eu direi não é a primeira vez que me borram as calças com caldas de chocolate. Pois as caldas vem de um infinito universo de exercício da imaginação, através da degustação de crocantes (pausa) ESCÁRNIOO, ESCOBRUPTO ALIENADOR DE TRAVESTIS

-minuto of silence -
Voltando ao assunto, as masmorras são ótimos indícios de pessoas que moram bem. Não que eu queira habitar uma masmorra - ora essa, imagine você -, mas minhas tias sempre costumavam dizer que as enxergavam em paisagens cerebrais ao ouvir belas canções. A propósito, o que vem a ser uma masmorra?
Segundo Aurélio, o vazio existencial ataca o estômago três vezes antes do sono. Assim: um, dois, três. É como se fossem três malditos torrões de açúcar quebra-cérebro agitando e fervendo um shopping center. Ops, acho que falei besteirasrasrsrsrsrs

terça-feira, 20 de maio de 2008

Um Não-Lugar

Queria poder me jogar de um lugar bem alto, bem alto. Mergulhar nas trevas da noite, sentindo minha alma se transbordar em estrelas, e me deixar levar pelo vento das nuvens.
Pra cair numa piscina, atravessar o reflexo da lua cheia, e encontrar alguém. Alguém que está lá, a me esperar, de braços abertos, meu amor, meu mais complexo e maravilhoso sonho em matéria e espírito.
Existe um lugar por aí que eu ainda não conheço. Mas sonho com ele... É uma praia sem mar, uma lajota infinita, uma nuvem, um som. E nesse lugar eu respiro e sinto sabor de música de fundo.
Um lugar onde a carne é prazer, e o prazer, imaterial. Um lugar onde eu possa sentir uma febre gostosa e uma fraqueza que me faça sentir bem perto do chão, como somos doentes.
E é lá que eu vou dormir, e sonhar com uma realidade lúdica e quase fantasiosa.
É a água da chuva no meu rosto. Um frio gostoso atravessando o meu corpo, e meus dedos sendo engolidos pela terra molhada. É uma tela com uma mulher de chapéu preto cuidando de seu cavalo branco. É um simpático velhinho trazendo minha mais sonhada televisão vermelha em sua caminhonete, que me transportaria pra sempre para um universo de sonhos.
É um sonho cheio de camaleões pretos e estrelas cadentes, com um assassino em série me dando seu cartão e seu saco cheio dos próprios restos mortais. É um banho de velocidade com um capacete preto e respirando por um aparelho que nunca foi inventado.

Eu guardo em mim uma mensagem subliminar. Virem minha vida ao contrário, e verão um olho vermelho num corpo que cai de uma bicicleta e quebra um pulso. Mas não verão o pulso. Nem verão o verão.
Porque um dia, de tanto pressionar a testa contra um vidro de carro, vou acabar criando um calo. Ou me jogando de um ônibus em movimento, ê

segunda-feira, 19 de maio de 2008

E por falar em escarrada, o que é esse calor lazarento que coça minha garganta?

Questionamentos

As vezes eu me pergunto: Será que estamos no país certo?

Digo, se nos sentimos confortáveis em um ambiente oleoso e borrachento, é porque adere de forma macia à pele. Mas e quanto ao paladar? Minha língua pede algo um pouco mais crocante. Isso não difere dos pensamentos de minha bisvovó (os pensamentos mais antigos, mas, diga-se de passagem: os antigos, apesar de velhos, nem sempre são inutilizáveis. Muitas vezes ser velho é sinônimo de panela velha, pois é lá que se fazem os melhores caldos de experiência. Falando nisso, minha bisvovó come na Mc Donalds. Isso sim, é um exemplo de sabedoria. Ontem, na sala, estava hidratando a pele com milk-shake. Foi quando eu disse pra mim mesmo: Isso é coisa de Português!, mas minha bisvovó é uma feiticeira de 500 anos chamada Brasil, e ao ler meus pensamentos, disse: eu me esqueci), que é - vejam que curioso - a amante do papai Noel. Sei que talvez não seja oportuno tocar nesse assunto, já que nem o natal dos paraenses, conhecido regionalmente como a Festa da Chiquinha, está próximo. Falando em chiquinha, um dia desses o Chaves visitou Belém. Veio por via marítima, em seu barril (de petróleo, rs, foi uma piadinha) pirata, com a foto do seu madruga em uma bandeira. Veio remando, até desembarcar no vadião da UFPa, coincidentemente no momento em que os alunos da comissão de finanças do Enecão (Encontro Nacional de Vacinação Canina) promoviam a venda de ração em lata para os vira-latas universitários (não me perguntem as formas de pagamento... é, é isso mesmo que vocês estão pensando :X). Pois bem, depois de comprar algumas latas de ração para seu cão-regador, Chaves partiu diretamente para sua missão secreta no Brasil: encontrar minha bisvovó, a Sra. Brasil, e usar suas habilidades de cozinheira para melhorar as condições de vida das populações ribeirinhas através da produção em série de sanduiches de presunto. Mas quando ele chegou em casa espantou-se ao saber que minha bisvovó já havia se transformado em presunto.